Catarina de A a Z

Afecto - preparar uma sandes mas, mais do que isso, cortar logo pela metade para ser mais fácil de se comer. Afecto e todas as demonstrações relacionadas com este é aquilo que quebra as minhas pernas. Desarma-me. Faz-me viver. É o que eu mais gosto de fazer quando quero dizer a alguém "gosto de ti". Afecto, amor, abraço. É o que de melhor tenho para dar.


Batom vermelho - uma das minhas cores favoritas para usar e carregar nos lábios. Um tom um bocadinho mais fechado e já me sinto uma deusa. O usar batom vermelho representa imenso para mim. É feminino, é sensual. É, para mim, uma forma de empoderamento já que sei que não é qualquer uma que sai, de manhã cedo e se assim o desejar, com um bocão vermelho. 

Charme - mais do que beleza, o charme. Sempre o defendi. Não consigo sentir atração nem interesse por alguém que não tenha o seu charme. Aquela peculiaridade que faz com que se distinga no meio de tanto e de tudo. A forma de falar. A voz. A maneira como ri. As suas opiniões. É sempre mais o sumo que o pacote.

Detalhes - aquele post-it colado no presente tem mais valor que o presente em si. A mensagem de "Bom dia". O cheiro do lençol lavado e o perfume da vela a arder. A brisa no ar. O calor do sol na pele. Ligar o ar condicionado no quentinho porque me deixa mais confortável. Sou apaixonada por detalhes e toda a graça está neles. Todo o amor, também.

Espaço (o meu e o dos outros) - é das coisas que mais valorizo para mim e para os outros. O meu espaço e para as minhas coisas é das minhas formas favoritas de liberdade. Vai ter um (vários, na verdade) dia em que vou querer estar sozinha, fazer as coisas sozinha e curtir apenas e só a minha companhia e vou adorar que a respeitem.  

Flores - sendo a favorita a tulipa amarela, não descarto a beleza das outras. De todas. Por mais simples que sejam, desde o pequeno miosótis até a uma grande girassol. Adoro flores. Sei que morrem, sei que são caras e um daqueles presentes que mais dia menos dia lá se vai. Mas adoro dar flores e adoro recebê-las. 

Gratidão - e só porque hoje o sol raia lá fora, o dia já está mais feliz. Tento estar sempre grata, no final do dia, pela coisa mais pequenina que seja.

Humor - embora com uma certa peculiaridade e que nem toda a gente entende, considero-me bastante bem humorada e é através do humor que sei que conquisto as pessoas certas. 

Infância - e suas memórias felizes. Fui tão feliz em criança e sabia disso. Tudo era bom, inocente e sem grandes problemas. Não existia ansiedade. Era tão simples como ver a pantera cor-de-rosa na RTP2 e comer uma tigela de cereais daquele arroz tufado.

Justiça - outro valor que aprecio imenso. Tento agir guiada por ela. Custa-me imenso ver injustiças e é uma das coisas que me fazem entrar num bate-boca que poderá ser menos simpático. Não sou imparcial perante injustiças. Nem me vejo a ser. 

Kiwi - a casca do Kiwi tem propriedades curativas, aprendi isto com o meu pai. Será uma fruta que sempre me fará lembrar dele e das suas mesinhas caseiras para arranhões e cortes. 

Laços - desenho muitos no papel, ficam sempre atrás das flores que desenho em todos os cantos de cada folha de papel. Mas "laços" referem-se aos que criamos com quem nos rodeia. Um laço é muito mais que um "nó". É carinho, é fraternidade, é lealdade e amizade. Laços.

Morte - assumo, um dos meus maiores medos. Sei que é para isso que somos talhados como seres biológicos que somos. Mas é terrível. Machuca-me o pensamento de que não chegue a viver o tanto que queira até cumprir tudo o que quero fazer neste plano terreno. Machuca, ainda mais, a ideia de conviver com a morte de quem me é mais querido. Cresci com a morte mas queria que ela nunca tivesse feito parte da minha história. 

Norte - das raízes.

Ouvir - porque sei escutar, porque é importante ouvir. O que de bom me dizem, os conselhos, as críticas mas, também, ser eu o ouvido de quem precisa. Sempre me disseram que era boa ouvinte. Acho que estão certos. 

Panela - sei lá porque escrevi panela mas é porque pensei em cozinhar. E como gosto de o fazer - quando não obrigada, hehe - e como isso é uma das minhas linguagens de amor. Principalmente doces. Se eu já te fiz docinhos, bolachas, bolo... acho que é porque te quero colocar num potinho e nunca mais largar.

Qualidade - sempre e ao invés de quantidade. Aprendi isso quando comecei a colecionar maquilhagem e acabei por levar isso pelo resto da vida e das minhas vivências e, também, quanto às pessoas que assumo serem "as minhas pessoas". A qualidade é que importa. 

Razão - porque nunca a declaro em vão. Se tem uma coisa que aprendi na vida é que sempre que digo que tenho razão, é porque a tenho. Não digo que tenho razão só porque "acho que está certo". A razão eu busco e, se a encontrar, declaro. Se não, tenho que admitir não estar com razão. E detesto quando duvidam da minha razão. De todo.

Simples - outro dos meus "motes". Simples no ser, no que visto, no que transpareço. 

Transbordar - o que eu sempre procurei em alguém. "Completar" não funciona para mim. Eu já sou completa, com todos os defeitos e com todas as minhas qualidades. Eu já me basto. Escolher um parceiro para a minha vida, é alguém que me transborda. Que me faz ser ainda melhor, que compartilha comigo as suas visões, que me demonstra que o mundo é melhor do seu lado, que só vem a acrescentar. Nada mais que isso.

Universo - e tudo o que a ele está ligado. As energias, o além, as vibrações. Os planetas, os astros, mirar de noite as constelações. As galáxias. O universo tem para mim uma importância massiva. 

Versos - é neles que muitas vezes me expresso. Papel, caneta e versos. Resulta mais facilmente quando estou triste mas também escrevo os meus versos, que se transformam em poemas, quando quero me declarar a alguém. E gosto de rimar.

Woman - mulher, em inglês. Adoro ser mulher... mesmo quando isso, muitas vezes, significa sofrer preconceito só por ser mulher; ter medo de andar sozinha na rua de noite com medo de ser assaltada ou presa fácil para o assédio. 

Xaile - substituído pelas mantinhas no tempo mais frio pelas costas ou por um blanket scarf mais largo. A sensação de proteção e o aconchego de um pouco mais de calor. 

Yes - sim, em inglês. Sim. A palavra que abre portas, risca a partida quanto aos desafios e faz-nos mergulhar - muitas vezes - nas aventuras da vida. 

Zelar - de cuidar. Por mim, pelos outros - já que sei que sempre zelo mais pelos outros do que por mim. Mas é algo que amo fazer e me faz sentir útil, bem e vejo no zelo pelo próximo algo que me transmite calma e paz.
Photo by Zoe Schaeffer.

 

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